No seguimento das entrevistas que marcam a retomada de nosso blog, Edísio Leite, 21 anos, estudante de Engenharia Química, diz a que veio agora que foi eleito diretor de universidades públicas da UNE. Edísio atualmente também é presidente do DCE da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
REBELE-SE na UNE – Em 2012 vivemos a maior greve das Universidades Federais dos últimos dez anos. Não se espera menos do ano de 2014, visto que encerra o prazo do governo para cumprir com suas promessas. Qual a sua avaliação desse processo?
Edísio Leite – O movimento grevista de 2012, constituído por trabalhadores e estudantes das UF’s, mostrou que a universidade que é propagandeada de fato não existe. Apesar do grau de desmobilização da majoritária da UNE, o movimento estudantil foi protagonista desta mobilização. A Oposição de Esquerda da UNE mostrou que o movimento é construído na base, através das assembleias estudantis, das mobilizações por mais assistência estudantil e na construção do CNGE, defendendo uma universidade pública de qualidade. A UNE precisa defender a ampliação das universidades públicas, mas que esta tenha as condições necessárias para a construção de uma universidade de qualidade e com direito a permanência estudantil, até porque há tanto dinheiro para a Copa e para os banqueiros e faltam professores e restaurantes para os estudantes.
REBELE-SE na UNE – Durante sua gestão como presidente do DCE da UFCG, após intensas mobilizações, vocês conseguiram barrar a EBSERH. Agora como Diretor de Universidades Públicas da UNE, como você acha que a entidade deve mobilizar essa luta nacionalmente?
Edísio Leite – Aderir a EBSERH é a privatização dos nossos Hospitais Universitários, submetendo os trabalhadores a um regime de trabalho precário e levando os hospitais a serem administrados sob a lógica do lucro, ou seja, implantar a EBSERH é negar saúde ao povo. Na UFCG foi barrada, mas em várias universidades as reitorias e o governo federal estão atropelando a autonomia universitária, obrigando a aceitação da EBSERH sem o mínimo de debate. Essa nova gestão da UNE precisa encampar nacionalmente essa luta, construir debates nas universidades, mobilizando os estudantes para pressionar o governo e as reitorias por mais investimentos e concurso público para os HU´s. Só com uma articulação nacional entre estudantes e trabalhadores, mobilizando milhões em todo país, seremos vitoriosos.